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Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
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As regras da Previdência precisam ser alteradas, mas as
medidas em estudo pelo governo não serão suficientes para sanar o rombo atual,
embora possam ajudar a frear o crescimento dos gastos, avaliam economistas.
A
proposta defendida pelo governo propõe que não haverá diferença entre as
exigências nos regimes urbano, rural e público e deixarão de existir regras
distintas para homens e mulheres. O Brasil passaria a ter idade mínima para
aposentadoria, de 65 anos.
Para
Paulo Tafner, economista e pesquisador do Ipea, as medidas em estudo pelo menos
farão com que a “trajetória do crescimento do gasto diminua”. “Estamos muito
atrasados, pois a Previdência no Brasil está desajustada há 20 anos. Se nada
for feito, o gasto previdenciário vai atingir 20% do PIB entre 2040 e 2050.”
Raul Velloso, economista e especialista em contas públicas,
tem dado semelhante. Segundo ele, os gastos até 2040 vão representar 24% do
PIB, o dobro da fatia verificada em 2012. Na sua opinião, “não tem mais sentido
a distinção entre homens e mulheres para a idade de aposentadoria”, pois as
mulheres vivem mais. “Deveria ser 65 anos para os dois sexos.”
Tafner
também defende uma idade mínima, como ocorre nos países desenvolvidos. “Não faz
sentido uma pessoa no Brasil se aposentar aos 50 anos e viver mais 24 anos.
Quem paga isso são as gerações futuras”, diz.
A
advogada previdenciária Marta Gueller, sócia do escritório Gueller, Vidutto e
Portanova, pondera que, apesar de a mulher viver mais, lida com condições sociais
desiguais. “É possível igualar a idade, desde que haja também uma política
igualitária no mercado de trabalho.”
Aposentadoria rural
Quanto
à unificação das regras da Previdência rural com urbana, ela afirma que a
medida seria assimétrica. “A contribuição do segurado rural não é do mesmo
valor, mas também os benefícios são menores. Ele vive menos e tem menos
oportunidades: não pode pagar o pato por um caixa que já não está saudável
desde a década de 80.”
A
Força Sindical não aceita que qualquer passo para uma reforma seja dado sem a
participação de representantes dos trabalhadores. A Força argumenta que o Fórum
Nacional da Previdência foi instituído, pelo próprio governo, com esse
objetivo. A CUT informou que só vai discutir o tema no fórum.
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