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Foto:
Reuters /Sergio Perez
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A Justiça da Espanha recebeu nesta quarta-feira a acusação
formal por parte da DIS contra Neymar, a
família do craque e dirigentes de Santos e Barcelona por
corrupção. Nela, o fundo de investimento pede que o camisa 10 da Seleção
seja condenado a cinco anos de prisão e fique impossibilitado de jogar futebol
durante esse período. Já a promotoria requisitou dois anos de prisão e €
10 milhões (R$ 35,9 milhões) de multa para o atacante brasileiro. A notícia vem
a público horas antes de ele ira a campo com o Barça para encarar o Celtic pela Liga dos Campeões.
Além disso, o fundo de investimento quer uma
indenização entre € 159 e € 195 milhões (R$ 571 a R$ 700,3 milhões) por conta
da transferência do jogador para o futebol espanhol em 2013. Os dirigentes do
Barcelona também estão na mira da DIS, que pede oito anos de prisão para o
atual presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, e seu antecessor no cargo,
Sandro Rosell.
- Continuamos tranquilos porque todos os contratos foram
firmados com respeito aos preceitos legais, éticos e morais e com a ciência do
Santos Futebol Clube e FC Barcelona. Ficamos ainda mais tranquilos
porque, segundo os nossos advogados que acompanham o caso na Espanha, com a
decisão do Tribunal está afastada definitivamente a responsabilidade criminal.
Tal conclusão nos dá tranquilidade para seguir com nosso trabalho - disse a NN
Consultoria, empresa do pai do jogador, ao se manifestar à época da reabertura
do processo na Espanha, em setembro (a assessoria da família Neymar informou
que ainda se pronunciará sobre o pedido de prisão).
A disputa judicial, entretanto, não envolve apenas a DIS
contra a família de Neymar e o Barcelona. Além do fundo de investimento,
que detinha 40% dos direitos do jogador à época da transferência, a promotoria
da Audiência Nacional (o equivalente ao Supremo Tribunal da Espanha) também
pediu a condenação tanto do craque brasileiro quanto dos cartolas catalães. A
pena, entretanto, é menor em ambos os casos: no caso de Neymar e seu pai, dois
anos; de Bartomeu e Rosell, cinco.
No início do mês, o juiz José de la Mata aceitou a denúncia contra Neymar, seu pai
e sua mãe, Nadine Gonçalves, pouco mais de um mês após o Ministério Público da Espanha solicitar a reabertura do caso -
que havia sido arquivado da esfera criminal em julho. A decisão do juiz
espanhol abriu caminho para que o jogador seja levado a júri, e, desde então,
os promotores tinham o prazo de 10 dias para formalizar o pedido de
julgamento.
A quarta seção da promotoria, que solicitou ao juiz José de
la Mata a reabertura o caso em setembro, entende que houve crimes de fraude e
corrupção entre os envolvidos, o que forçou a reabertura do processo
criminalmente.
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Neymar
pai e Neymar na mira da Justiça na Espanha (Foto: Reuters)
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A AÇÃO
No processo com o fisco espanhol, o Barcelona se declarou
culpado e aceitou pagar a multa de € 5,5 milhões (R$ 19,75 milhões) por erro de
planejamento fiscal na contratação de Neymar em
2013. A decisão foi anunciada pelo presidente do clube, Josep Maria Bartomeu,
após ser aprovada por 14 conselheiros do clube durante uma reunião de sete
horas e meia (outros dois votaram contra, enquanto dois se abstiveram).
O grupo DIS, responsável pela denúncia, alegava ter direito
a receber 40% do valor total da transferência, que, de acordo com a Audiência
Nacional espanhola, alcançou os € 83,3 milhões (R$ 299,2 milhões nos
valores atuais). A empresa, no entanto, só recebeu a porcentagem dos € 17 milhões
(R$ 61 milhões) pagos pelo Barcelona ao
Santos pela contratação do jogador. Por isso, entrou com a ação que levou pai e
filho ao tribunal, mas a Justiça da Espanha decidiu arquivá-la em julho.
À época do arquivamento, o pai do craque, em tom de desabafo, disse que viveu um dos dias mais
tristes da vida ao comparecer à Audiência Nacional na Espanha, em
fevereiro, e atacou a empresa que moveu a ação.
- A essa altura todos vocês já sabem do arquivamento do
processo que um "grupo de investimento" tentou mover contra minha
família e minhas empresas na Espanha. Não comemoro a vitória por não entender
ser uma vitória. Durante todos esses anos fazendo a gestão da carreira e da
imagem de meu filho, entre tantos acertos, admito ter cometido um erro ao me
envolver, cedendo os direitos econômicos do meu filho, com esse "grupo de
investimentos" que tantos prejuízos causou a minha casa e minhas empresas.
Fonte: G1
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