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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen
Lúcia, pautou para a sessão de hoje (7), quarta-feira, à tarde, o
julgamento definitivo pelo plenário da liminar concedida pelo ministro Marco
Aurélio, que afastou do cargo o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL).
A decisão que afastou Renan foi proferida no início da noite
de segunda (5), mas o senador continua no cargo porque a Mesa da Casa se
recusou a cumprir a decisão. Os senadores decidiram esperar decisão definitiva
do plenário do Supremo.
Renan Calheiros ainda não chegou a ser notificado sobre a
decisão de Marco Aurélio. Na noite de ontem (5), após a decisão, um oficial de
Justiça foi até a residência oficial do Senado, mas não cumpriu o mandado de
intimação porque não foi recebido pelo senador. Na manhã de hoje, outro oficial
foi ao gabinete da presidência do Senado, mas o mandado não foi assinado
novamente.
Recurso
Em recurso apresentado ontem, a defesa de Renan afirma ter
havido uma “falha grotesca no raciocínio” que fundamentou o afastamento, que
não poderia ter sido concedido em caráter liminar (provisório), como feito por
Marco Aurélio.
O pedido de afastamento de Renan Calheiros foi feito pelo
partido Rede Sustentabilidade após a decisão proferida pela Corte na semana
passada, que tornou Renan réu pelo crime de peculato. No mês passado, a Corte
começou a julgar a ação na qual a Rede pede que o Supremo declare que réus não
podem fazer parte da linha sucessória da Presidência da República. Até o
momento, há maioria de seis votos pelo impedimento, mas o julgamento não foi
encerrado em função de um pedido de vista do ministro Dias Toffoli.
De acordo com a Rede, a liminar era urgente porque o recesso
no Supremo começa no dia 19 de dezembro, e Renan deixará a presidência no dia
1º de fevereiro do ano que vem, quando a Corte retorna ao trabalho. Até o
momento, votaram a favor de que réus não possam ocupar a linha sucessória o
relator, ministro Marco Aurélio, e os ministros Edson Fachin, Teori Zavascki,
Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello.
Pacificação
No início da tarde, a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, se
reuniu com vice-presidente do Senado, Jorge Vianna (PT-AC),e recebeu ligações
com alguns parlamentares, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Todos pediram
celeridade da Corte para resolver a crise entre o STF e o Senado. Em uma
reunião informal com colegas da Corte, a ministra disse que está preocupada com
a situação de crise entre os Poderes e que é preciso pacificar os ânimos para
não agravar o quadro.
Fonte: André Richter – Repórter da
Agência Brasil
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