
![]() |
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados |
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou
por 40 votos a 25 o parecer da denúncia contra
o presidente
Michel Temer, elaborado pelo deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ),
que recomendava a admissibilidade do pedido da Procuradoria-Geral da República
para investigar o peemedebista. O placar registrou ainda uma abstenção, do
presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
A vitória foi garantida com uma série de trocas de membros,
realizada pelo Palácio do Planalto. No total, foram 25 movimentações desde o
dia 26 de junho, sendo 14 vagas de titulares alteradas. As mudanças provocaram
críticas da oposição, que levou o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF),
mas a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, rejeitou um mandado de
segurança impetrado por um grupo de seis parlamentares que pretendia restaurar
a composição prévia da CCJ
Com o resultado, o presidente da CCJ teve de escolher um
novo relator e decidiu pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). O tucano lerá
seu parecer em plenário ainda nesta quinta-feira, para, em seguida, os
deputados votarem novamente.
Antes da votação ser realizada, o líder do governo na
Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), argumentou que o pedido da PGR
significava também o afastamento do presidente da República. “A legislação de
ocasião é nociva para o País; estamos aqui para defender o País”. disse. A
votação foi realizada após dois dias de sessão de debates e 78 discursos no
plenário da CCJ, que somaram mais de 18 horas de discussão. A maioria dos
discursos foi de deputados defendendo a admissibilidade da denúncia.
“A denúncia mostra que o presidente se meteu em enrascada”,
disse o petista Wadih Damous (RJ). O deputado disse que a denúncia da PGR não
veio “contaminada” e que a população merece conhecer a verdade. “O povo
brasileiro exige de nós que essa denúncia seja acatada”, reforçou.
Pelo bloco governista, defenderam o presidente Michel Temer
os deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e Alceu Moreira (PMDB-RS). Em seu discurso,
Moreira disse que admitir a denúncia seria “jogar um país no fosso do futuro
sem saber quais são as consequências, apenas porque o presidente recebeu alguém
fora da agenda”. “É ruim com ele, é muito pior sem ele”, pregou.
Fonte: Estadão conteúdo
0 comentários :