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Antonio Scorza/Agência O
Globo
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O prejuízo do Vasco pode ir além da perda de dez mandos de
campo, pelo incidente ocorrido no último sábado, na derrota por 1 a 0 pra o
Flamengo.
O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD), Felipe Bevilacqua, encaminhará a denúncia contra o clube na
próxima segunda-feira, no mais tardar na terça. Bevilacqua já admite que,
independentemente do julgamento, o estádio de São Januário poderá ser
interditado a exemplo do que ocorreu em junho com o Serra Dourada, em Goiás.
- Podemos pedir a interdição do estádio ao menos até o julgamento, quando o
clube poderá perder até dez mandos de campo e ser obrigado a pagar uma multa.
Mas é preciso lembrar que esse assunto ultrapassa nossa competência, pois
estamos falando de pessoas que praticam assassinato. O caso está sendo avaliado
com muito critério pela procuradoria - disse Bevilacqua.
O Ministério Público do Rio de Janeiro também vai pedir,
nesta segunda-feira, a interdição do estádio de São Januário. O promotor
Rodrigo Terra ressaltou que o pedido do MP ocorre de forma distinta ao do STJD.
De acordo com Terra, o objetivo do pedido de interdição é que sejam
apresentados planos estratégicos de segurança para a realização de eventos no
estádio.
- É uma exigência do Estatuto do Torcedor que haja planos de
ação para jogos e campeonatos. Vamos pedir a interdição até que estes
documentos sejam apresentados, examinados e aprovados pela polícia militar -
disse Terra, em entrevista ao Sportv.
FALHAS DE SEGURANÇA
Segundo Terra, clubes e entidades, como a federação, já não
vinham apresentando tais documentos.
- O Ministério Público já tinha entrado com pedido de
torcida única, até que os planos de ação fossem aprovados. A medida foi
derrubada pela Justiça. Na mesma ação, fizemos um novo pedido para a
apresentação dos documentos e planos de segurança. Agora, pediremos a
interdição do estádio. Há uma falha no cumprimento, por parte dos
organizadores, do dever de dar segurança ao torcedor - afirmou o promotor. - Já
pedimos torcida única e pedimos implantação da biometria, que é relativamente
barata e impede a entrada de torcedores banidos de estádios pela justiça. Dá a
sensação de que a lei está sendo cumprida.
Bevilacqua, procurador-geral do STJD, admite que a
interdição pode se prolongar bem mais do que a perda de dez mandos de campo prevista no Artigo 213 do Código Brasileiro
de Justiça Desportiva (CBJD). No caso do Serra Dourada, interditado
por uma semana, a liberação ocorreu depois que o clube instalou uma barreira
entre a arquibancada e a geral. O STJD tentará detectar se há alguma
precariedade em São Januário.
- Não temos o poder de fiscalizar, mas contamos com os órgão
públicos. No caso do Serra Dourada, descobrimos o "defeito" e pedimos
que fosse construída uma barreira. Se detectarmos um problema em São Januário,
interditamos e, nesse caso, o clube e os órgãos públicos, quando acharem que o
estádio está novamente apto, terão de provar isso. O Serra Dourada só foi
liberado quando foram instaladas as grades de proteção e os órgãos públicos
deram o ok.
Fonte: O Globo
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