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Foto: Reprodução/Google |
O corretor de valores Lúcio Funaro afirmou hoje (31) ter
pago despesas milionárias para Eduardo Cunha e desafiou o deputado cassado a
passar, junto com ele, por um teste em um aparelho detector de mentiras, como
uma maneira de comprovar que diz a verdade perante a Justiça.
Funaro, que foi interrogado em Brasília na ação penal da Operação
Sépsis, ficou irritado com as perguntas tidas como repetitivas do advogado de
Cunha Délio Lins e Silva Júnior e, antes de encerrar seu depoimento, disse que
estava disposto a se submeter a um polígrafo, equipamento de detecção de
mentiras, para repetir as acusações que fez contra o ex-deputado.
“Estou à disposição para fazer um teste de polígrafo junto
com o deputado Eduardo Cunha para acabar com esse negócio de que sou
mentiroso”, afirmou Funaro com a voz elevada. Sentado de frente para seu
ex-operador financeiro, Cunha se manteve calado e não esboçou reação.
Nesta terça-feira, Funaro disse ter pago centenas de
despesas em nome do ex-deputado ao longo dos últimos 15 anos, incluindo dez
carros de luxo, entre eles uma BMW e um apartamento em São Paulo.
O ex-operador financeiro de Cunha afirmou ter como provar
suas declarações. “Tenho como provar como gerei o dinheiro, como paguei, que eu
paguei o advogado dele na Suíça, tenho todas essas provas. Aí eu quero ver como
ele vai negar”, disse. "O deputado Eduardo Cunha alugou um flat na mesma
rua que a minha para pegar dinheiro no meu escritório, levar pro flat e de lá
distribuir dinheiro de propina", acrescentou.
Após o interrogatório de Funaro, Cunha deu uma breve
declaração aos jornalistas, voltando a negar todas as declarações de seu
ex-operador-financeiro. “[Ele não disse] nada do que já foi falado, ele tem que
sustentar a mentira dele”, afirmou.
As audiências da ação penal resultante da Operação Sépsis
tiveram início na semana passada. Além de Funaro, já foram interrogados Fábio
Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, e Alexandre Margotto, ex-funcionário de
Funaro. Ainda deve ser ouvido o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves.
Todos são réus no processo. O interrogatório de Cunha na ação está marcado para
a próxima segunda-feira (6).
Operação Sépsis
A Operação Sépsis investiga desvios na vice-presidência de
Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, responsável pela
operacionalização do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FI-FGTS), cujos aportes precisam ser aprovados pelo conselho curador
do FGTS, composto por 12 membros.
Segundo as investigações, uma organização criminosa
comandada por Cunha e operada por Funaro e Cleto negociava com empresas
interessadas a liberação de aportes milionários do FI-FGTS, em troca do
pagamento de propina para campanhas políticas do PMDB.
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