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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil |
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, pretende buscar
recursos dos acordos de leniência de empresas investigadas na Operação Lava Jato
e também de loterias para financiar o setor. Segundo o ministro, só as loterias
poderiam injetar cerca de R$ 600 milhões por ano. O ministro participou, nesta
terça-feira (24), no Rio, da posse dos novos diretores da Agência Nacional do
Cinema (Ancine), Alex Braga Muniz e Christian de Castro Oliveira.
“Precisamos ser criativos e buscar recursos em outras fontes
que não apenas o Tesouro. Estou discutindo, internamente e com o governo, a
questão dos recursos oriundos das loterias. A lei em vigor já destina um
percentual da receita com loterias para projetos culturais, mas esses recursos
não têm sido efetivamente destinados à cultura, e nós precisamos fazer com que
essa lei se cumpra, encontrar o caminho”, disse o ministro.
Quanto aos acordos de leniência, ele cita valores como o da
JBS, que envolve cerca de R$ 1 bilhão, para projetos ambientais, sociais e
culturais, o que daria por volta de R$ 330 milhões para a cultura, em um único
acordo.
“Eu tenho trabalhado também com a CGU [Controladoria-Geral
da União] e com o Ministério Público Federal na questão dos acordos de
leniência, sobretudo os que têm sido firmados no âmbito da Operação Lava Jato.
Esses acordos preveem a destinação, pelas empresas envolvidas, de recursos para
projetos ambientais, sociais e culturais, e nós precisamos definir a maneira
como isso se dará, para que os recursos cheguem a esses projetos”, disse Sá
Leitão.
Na opinião do ministro, o Brasil tem potencial para estar
entre os cinco maiores países da indústria criativa dentro de 10 anos, se forem
executados os recursos já existentes para o setor. Quanto ao momento atual do
cinema nacional, Sá Leitão disse acreditar que ainda há um grande espaço a ser
ocupado nas bilheterias dos cinemas.
“Podemos evoluir muito, se atingirmos um volume bastante
razoável de produção, com cerca de 150 filmes lançados ao ano. A nossa fatia no
mercado, na bilheteria, ainda está muito aquém do que poderia ser. Precisamos
de filmes mais competitivos para disputar a bilheteria com filmes das demais
nacionalidades. E precisamos ocupar outras janelas de mercado, como a TV paga,
a TV aberta e também o video on demand [NetFlix]
e as plataformas digitais”, declarou Sá Leitão.
Após a posse na Ancine, a agenda do ministro ainda previa
sua participação na entrega do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, no
Theatro Municipal. É o maior prêmio para ações de preservação do patrimônio
cultural concedido pelo Ministério da Cultura.
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